Algumas vezes esperamos tanto de um filme que fica impossível superar essa expectativa. Após Batman - O Cavaleiro das Trevas surpreender todo mundo, era normal ficar ansioso para o próximo capítulo, jogando nossas expectativas em níveis estratosféricos. BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS RESSURGE chega para encerrar a trilogia e fechar todas as pontas deixadas pelos anteriores. Nolan não tenta superar o que fez magistralmente no filme anterior, mas sim complementar, nisso o diretor acerta e entrega um filme com a mesma qualidade.
Em O Cavaleiro das Trevas Ressurge, damos um salto de 8 anos depois da morte de Harvey Dent. Gotham idolatra o jovem promotor falecido ao ponto de decretar novas leis com seu nome e limpar as ruas estabelecendo uma Gothan mais segura. Comissário Gordon, prestes a ser demitido, e Bruce Wayne, recluso sem ser visto há muitos anos… Enquanto isso, os cidadãos não se dão conta de que, bem embaixo de seus narizes, um mercenário terrorista chamado Bane, planeja destruir a cidade e levar junto todos seus símbolos de justiça. Assim Batman é forçado a sair de sua “aposentadoria” e também se torna alvo de Bane e seu plano para acabar com toda a esperança dos moradores de Gothan City.
Para encerrar o que tinha feito de forma grandiosa, seria necessário criar um vilão a altura da missão, um processo extremamente difícil, pois o filme anterior detinha a melhor interpretação já feita para o Coringa (Heath Ledger), capaz de alçá-lo ao lados dos maiores vilões já feitos no cinema, como Darth Vader e Hannibal Lecter. A saída criada foi trazer para as telas o personagem responsável por quebrar o herói nas histórias em quadrinhos, Bane (Tom Hardy). Um vilão só usado bem na sua origem com esse propósito, mas depois alçado a péssimas histórias. O vilão ainda tinha no currículo a sua terrível participação em Batman & Robin (1997) de Joel Schumacher, em uma versão inflável, idiota e descartável.


Os rostos já tradicionais também voltam, Gary Oldman reprisa o papel de Comissário Gordon com a maestria já habitual de seu talento. Morgan Freeman como Lucius Fox adiciona um pouco mais tempero em sua relação com Bruce e as Empresas Wayne. Já Michael Caine recompensa a espera por uma cena em que pudesse expressar todo o seu talento e volta a brilhar na pele de Alfred, proporcionando algumas das cenas mais emocionantes de todo o filme.

A trama central é simples, mas possui alguma subtramas que dão mais combustível a narrativa, mas sem atrapalhá-la. além de levar em conta os filmes anteriores, Nolan deixa claro referências de outras mídias onde o morcegão já esteve, como a antiga Série de TV, algumas clássicas HQs, o fabuloso desenho animado e mais algumas coisinhas.
Mais uma vez Hans Zimmer merece os parabéns pois ensinou a Hollywood que filmes de heróis precisam sim ter uma trilha que leve em conta a história e sua mensagem e não algo pasteurizado e sem função. Mais uma vez consegue criar uma trilha excepcional que carrega em sua essência as outras, mas leva consigo a originalidade e torna a trilha um personagem fundamental ao filme.
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge pode ser visto como filme separado, mas se feito na sequência dos anteriores oferece muito mais, é interessante analisar como Nolan construiu a sua história para o herói em três atos. Cada um importante para construir, moldar e traçar o legado de um herói, também é intrigante imaginar que tudo isso já estava em sua cabeça quando lançou Batman Begins.
O filme carrega consigo um pouco mais de defeitos que os seus anteriores, mas ainda sim consegue sair-se glorioso, sua originalidade em tratar uma temática vista pelo cinema como descartável, como o gênero de super-heróis, ainda assim evidencia que o importante é ter uma boa história para contar, seja ela de qual temática for, a história deve ser bem contada.

Nolan consegue encerrar o seu trabalho com o morcego de forma magistral e como outro diretor ainda vai demorar fazer com um super-herói. Ele entrega um filme sincero e que cumpre o seu objetivo de fechar uma história maior. O Cavaleiro das Trevas Ressurge dá aos fãs o que eles sempre quiseram e esperaram e provoca um sentimento de saudade ainda maior que o de alegria, pois o diretor entrega o seu final e sua despedida a franquia, mas por mais que não queira Nolan deixa o seu final antes dos créditos ser apenas o começo em nossa imaginação.
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